Por Jorge Folena [1] A classe dominante brasileira, ao defender sem nenhum pudor o indevido impedimento de Dilma Rousseff (que não cometeu delito de qualquer espécie), não teve nenhum escrúpulo em sustentar a necessidade de derrubar a presidenta, a fim de, em sua visão equivocada, retomar a “governabilidade” do país, ainda que ao gravíssimo custo de se rasgar a Constituição de 1988. A união formada naquela oportunidade englobava o que havia de pior em representação política no país, entre políticos inescrupulosos, corruptos (como o condenado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que cumpre prisão por seus graves delitos), pastores pentecostais, militares do alto comando e até juízes de Cortes Superiores, como revelado pelos diálogos liberados pelo Jornal Folha de São Paulo, em 2017, e, mais recentemente, confessado pelos conspiradores Temer e Cunha, em seus respectivos livros de memória. Esse golpe foi mortal para o povo brasileiro, um...