O ju ízo final, Michelangelo Por Jorge Folena Existe na América Latina uma infeliz tradição, que consiste na colaboração direta ou indireta dos militares nos variados golpes de Estado que atingiram nossos países, tendo essas corporações participado ativamente de regimes antidemocráticos. Um exemplo mais ou menos recente foi o ocorrido em 2019 na Bolívia, quando os militares se omitiram de assegurar o regime constitucional e abriram caminho para o afastamento do presidente legitimamente eleito, antes do término do seu mandato. Em abril de 2018, observamos quando o então Comandante do Exército Brasileiro, General Eduardo Villas Boas, por meio da sua conta no Twitter, ameaçou o Supremo Tribunal Federal, caso concedesse ordem de habeas corpus em favor do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e lhe assegurasse, naquela oportunidade, o direito constitucional de presunção de inocência para participar da eleição presidencial daquele ano, cujo vencedor foi Jair Bolsonaro, re...