De uma hora para outra, as Organizações Globo (Jornal e Televisão) liberaram delações que atingiram seus protegidos, Michel Temer e Aécio Neves, e envolveram o juiz Sérgio Moro em acusações de utilização de dinheiro de empresários para obstaculizar as atividades da justiça, a fim de calar Eduardo Cunha, antes também protegido pela mesma organização e utilizado para afastar Dilma Rousseff do cargo de presidenta da República.
A
sociedade brasileira ficou perplexa com as graves acusações contra todos os
envolvidos, que teriam praticado no exercício de seus cargos públicos os
delitos pelos quais estão sendo investigados por decisão do STF.
Sem
dúvida, é caso para a cassação dos mandatos e a imposição de duras condenações contra
todos os envolvidos, o que impõe definitivamente a autodissolução das
instituições políticas do país e determina a formação de um novo pacto político
para refundar a República brasileira, hoje sequestrada pelo capital financeiro,
que, nos últimos doze meses, agiu para implementar reformas inteiramente
prejudicais aos interesse do país e do povo brasileiro, sem exceção.
Com
efeito, no (des)governo Temer, quem assumiu a frente das reformas anti-povo e lesa
nação foi justamente o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ex-empregado do
Banco Boston (comprado pelo Banco Itaú, no Brasil) e do Grupo JBS, que controla
a empresa Friboi, agora envolvida diretamente no escândalo que destituirá
Michel Temer do exercício da função da Presidência da República.
A
Folha de São Paulo de 19/05/2017 registrou: “Meirelles diz que fica mesmo se
Temer sair e reafirma seguir com reformas”. Ora, como pode um subordinado de
Michel Temer (sem qualquer votação popular) manifestar que continua no governo,
sem o seu “chefe”, para impor a continuação das reformas previdenciária e
trabalhista, reprovadas por mais de 80 por cento da população brasileira?
Com
sua fala, Meirelles sugere que é ele o chefe do atual (des)governo e deixa
claro que o objetivo das denúncias para a destituição de Temer é que ele possa assumir
indiretamente (sem a participação popular) o controle efetivo do Brasil para os
bancos e o mercado financeiro internacional, que não têm pátria nem respeito pela
soberania popular e institucional dos países.
Por
isso que o mercado defende como constitucional a eleição indireta, a ser
realizada por um parlamento ilegítimo, patrocinado por bancos e empresas, por meio do
financiamento privado vigente na campanha eleitoral de 2014.
Assim,
sem qualquer participação da população, os bancos querem eleger Meirelles, pois
com ele na presidência todas as reformas pretendidas estariam asseguradas e com
o povo brasileiro a tudo assistindo pacificamente, para depois se submeter à
mais dura exploração.
Vale
lembrar que, em 2011, os bancos impuseram à Itália o burocrata Mario Monti, que
substituiu Silvio Berlusconi (a versão italiana de Michel Temer), e que ao
assumir o governo manifestou que ocupava “o delicado posto para acalmar os
anseios dos mercados financeiros”, o que, sem dúvida fará Meirelles, caso não
seja rechaçado pelos brasileiros, dos quais mais de noventa por cento exigem
eleições diretas e gerais para todos os cargos políticos do país, diante da
dissolução das instituições políticas e da derrogação da ordem constitucional.
A
única normatização política efetivamente existente no Brasil, neste momento, e
que deve ser respeitada, é o direito natural de bases populares, segundo o qual
todo poder emenda exclusivamente da vontade geral coletiva, e não de grupos que
querem apenas tutelar o povo, como se este não tivesse voz nem iniciativa.
O
que se ouve nas ruas é um massivo basta aos políticos anti-povo e que traíram a
nação, que clama pela urgente reconstituição da República, com a formação de
novas instituições políticas (no governo, no parlamento e no judiciário), que
legitimamente possam representar a vontade geral coletiva, de onde emana todo o
poder soberano do país.
Caso
mais uma vez, na História do Brasil, seja imposto ao povo (como desejam o
mercado financeiro e alguns veículos de comunicação social) um governo que não
represente seus legítimos interesses, poderá não haver paz e se instalar o caos. Inclusive com o surgimento
de “líderes” oportunistas de extrema direita (apoiados pela força do capital e pela
mesma mídia tradicional golpista de 2014, que jogou o país no caos atual), que
poderão induzir as massas empobrecidas, no Brasil de hoje, para o pior caminho já
visto na História da humanidade.
De
sua cela, Antonio Palocci (vinculado ao mercado) deve estar dizendo: Meirelles não pode ser presidente
do Brasil! Daí o medo da sua delação, por parte dos bancos, que assim escolhem
eliminar Michel Temer, Aécio Neves e Sérgio Moro, todos de uma só vez, numa
versão do sacrifício dos anéis para preservar os dedos.
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