Pular para o conteúdo principal

O BRASIL POSSÍVEL


Comprometo-me com os leitores que, a partir de agora, não irei mais escrever sobre as diversas maldades que o governo ultraliberal de Michel Temer e Henrique Meireles tem feito contra o Brasil, de forma a provocar, no curto espaço de um ano e meio, um retrocesso de mais de oitenta anos, o que é reconhecido por mais de 95% do brasileiros que reprovam o governo golpista.
Neste curto período de tomada do poder, a associação dos que assaltaram o governo com um grupo de parlamentares que escarnecem do povo e representam interesses diversos dos seus eleitores, só trouxe tristeza, destruição e desesperança ao povo brasileiro, sendo os projetos por ele aprovados bons apenas para o mercado financeiro e os muito (muito mesmo!) ricos. Só não vê quem não quer!
Sendo assim e porque, para mim, abordar essas questões tornou-se lugar comum, não vou mais criticar as medidas ultraliberais aprovadas pelo governo, que visam acabar com todo o arcabouço de solidariedade construído no Brasil a partir da década de 1930, para benefício exclusivo do mercado e dos interesses de empresas estrangeiras (que se encontram no país apenas para explorar nossos recursos e se escondem quando os atos por elas praticados atingem destrutivamente as populações, como no caso da Mineradora Samarco, em Mariana).
Penso que precisamos resgatar com urgência a autoestima e a esperança do povo brasileiro e acredito que é possível fazê-lo pela demonstração das diversas potencialidades do país, a começar por sua própria população.
Em março de 2007 lancei, em conjunto com a Dra. Verlene Tavares, o livro “Um Brasil dos brasileiros”, publicado pela editora ARC Editor, cujo objetivo era apresentar a proposta de um Brasil viável e possível.
Naquele trabalho, submetido em outubro de 2006 ao Ministério do Planejamento sob o pretensioso título de “Uma nova independência do Brasil”,   apresentamos diversas propostas que pretendiam inspirar ações para o desenvolvimento do país e empregar o povo brasileiro diretamente na construção de um modelo diferente de nação.
Uma das propostas por nós apresentadas tratava de um grande projeto nacional de construção de casas populares, com o objetivo de permitir o acesso a um item fundamental a qualquer ser humano, qual seja, o direito à habitação salubre, para, desta forma, iniciar o processo de desmonte das favelas brasileiras.
Para a execução desse grande projeto de construção de casas populares, revelamos onde estavam os recursos financeiros disponíveis, de titularidade dos próprios trabalhadores: no Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço e no Fundo de Amparo do Trabalhador.
Apresentamos um modelo de casa sustentável, projetado pela faculdade de arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a um custo razoável e justo, na qual uma família de cinco pessoas pudesse viver com dignidade; sugerimos, inclusive, que o projeto da casa poderia ser adaptado conforme as características de cada região do grande Brasil.
E o melhor de tudo: a construção das casas seria executada pelos trabalhadores das diversas regiões do país e de forma que eles pudessem, posteriormente, adquirir a casa financiada, a preço justo, para nela residir com suas famílias.
Surpresa foi que em 2009/2010 o Governo Federal lançou o projeto “Minha Casa minha vida”, porém entregando a construção das casas a empreiteiros espertos, que, na maioria dos casos, executaram as obras sem nenhuma preocupação com a qualidade, durabilidade e segurança das habitações.
Mesmo assim, com muitos erros, o programa “Minha casa minha vida” possibilitou que milhares de famílias pudessem realizar o sonho da casa própria, mesmo em condições humildes.
Dessa forma, a construção de casas populares possibilitou a geração de milhares de postos de trabalho e contribuiu para o desenvolvimento da economia, pois incentivou toda a cadeia de produção relacionada à construção civil.
A partir deste singelo exemplo começamos a enxergar que o Brasil é um País pleno de boas possibilidades e, a partir dos próximos textos, nos dedicaremos a demonstrar que um Brasil Grande, soberano, justo, inclusivo e solidário é possível!

A todas as famílias, nossos votos de Boas Festas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SEQUESTRO DAS NAÇÕES PELO CAPITAL

Foto de Aly Song/Reuters O jornalista Andy Robinson, em seu livro “Um repórter na montanha mágica” (Editora Apicuri, 2015), revela de que forma os integrantes do exclusivo clube dos ricos de verdade comandam a política universal, a partir da gelada Davos, e patrocinam a destruição de nações inteiras para alcançar seus objetivos econômicos particulares. Muito antes que alguns cientistas sociais cunhassem a expressão “tropa de choque dos banqueiros”, ao se referirem ao grupo considerado como classe média, Robinson desvendou como aqueles menos de um por cento da população universal manipulam sem qualquer piedade os outros noventa e nove por cento, inclusive promovendo ações sociais de suposta bondade, que contribuem para aumentar e perpetuar a miséria entre os povos. Ao falar sobre as mencionadas ações caritativas, patrocinadas por bilionários como Bill Gates e o roqueiro Bono da banda U2, Slavoj Zizek rotulou seus realizadores   de “comunistas liberais”, que manipulam org...

Superação do fascismo no Brasil

A nau dos loucos de H. Bosch Por Jorge Folena   Infelizmente, as instituições têm normalizado o fascismo no Brasil. E foi na esteira dessa normalização do que deveria ser inaceitável que, na semana passada circulou nas redes sociais (em 02/07/2024) um vídeo de treinamento de policiais militares de Minas Gerais, em que eles corriam pelas ruas cantando o refrão “cabra safado, petista maconheiro”. [1] O fato configura um absurdo atentatório à Constituição, pelo qual todos os envolvidos (facilmente identificáveis) deveriam ter sido imediatamente afastados das suas funções, inclusive sendo determinadas prisões disciplinares, e, em seguida, sendo processados administrativa e criminalmente.  Outro caso esdrúxulo foi o de um desembargador do Paraná, que em plena sessão de julgamento, não teve qualquer escrúpulo em derramar toda a sua misoginia, ao criticar o posicionamento de uma mulher (o caso analisado no tribunal era de uma menina de 12 anos, que requereu medida protetiva contra a ...

O país ingovernável

  Por Jorge Folena   No dia 27 de julho de 1988, o ex-presidente José Sarney, com certo tom de ameaça, dirigiu-se aos constituintes, em cadeia nacional de rádio e televisão, para afirmar, ao longo de vinte e oito minutos, que o texto constitucional que estava para ser aprovado deixaria “o país ingovernável”.  Na verdade, José Sarney manifestou na ocasião os interesses mais atrasados da classe dominante brasileira, que entendia que o reconhecimento dos amplos direitos sociais inseridos na Constituição brasileira de 1988 teria um grande impacto sobre o orçamento geral da União, controlado para satisfazer apenas os interesses dos muito ricos, deixando os pobres entregues à própria sorte. É importante lembrar, por exemplo, que, antes da Constituição de 1988 não existia o sistema único de saúde com atendimento universal para todos os brasileiros.  E o presidente Sarney, com o velho e surrado argumento, afirmava que o novo texto constitucional representaria um desencorajam...