Pular para o conteúdo principal

CRISE DO COVID-19: suspensão imediata do pagamento da dívida pública



Crise da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, exige decisão urgente do Congresso Nacional, com a suspensão imediata do pagamento da dívida pública e destinação dos recursos para saúde e garantia dos trabalhadores e empresas brasileiras

Diante do agravamento da crise econômica, decorrente da aplicação de medidas governamentais ultraliberais, equivocadas e autoritárias, que conduziram ao desmonte da infraestrutura social; diante da possibilidade de pandemia pela proliferação do coronavírus; e diante da possível paralisação de diversos segmentos econômicos, a atingir principalmente trabalhadores em atividades precárias (sem recebimento de ordenados fixos) e empresas que terão suas atividades paralisadas, é urgente que o Congresso Nacional se reúna para deliberar, com responsabilidade e dentro das regras do Estado Democrático de Direito, sobre a suspensão do pagamento da Dívida Pública brasileira, com a destinação integral dos respectivos recursos orçamentários para o combate ao coronavírus. No orçamento de 2020, são mais de R$ 917 bilhões previstos para refinanciamento da dívida pública federal, conforme informações da Agência Senado.
Em razão do evidente caso fortuito que se abateu sobre a sociedade brasileira, no caso em questão, justifica-se a imediata suspensão dos pagamentos assumidos pelo Tesouro Nacional, sem aplicação de qualquer penalidade.
Todo o dinheiro da União reservado para pagamento da Dívida Pública, neste momento, deverá ser destinado à saúde pública, a fim de criar a infraestrutura necessária para proteger a população, devendo também ser criado um seguro especial de saúde e assistência, com a finalidade de garantir a sobrevivência dos trabalhadores e das empresas que terão suas atividades paralisadas.
Deve ser suspenso também, sem qualquer penalidade, o pagamento de dívidas bancárias e com cartões de crédito, além das referentes ao fornecimento de água e luz à população, que não poderá ser interrompido sob nenhuma hipótese, por serem bens essenciais à vida.
A crise sanitária e financeira, consequente do coronavírus, que levará à paralisação necessária das atividades empresariais e restringirá a circulação de pessoas, não pode ser absorvida apenas pelos trabalhadores, devendo ser dividida também com os bancos e os demais credores do Tesouro Nacional, uma vez que estamos diante de um gravíssimo estado de emergência.
Não se pode exigir que os trabalhadores sacrifiquem sua saúde e sua vida, tendo que circular por meios de transportes coletivos (ônibus, trens e metrôs), fábricas e escritórios, insalubres neste momento, e passíveis de se tornarem transmissores do vírus. As empregadas domésticas não são enfermeiras dos seus patrões e os trabalhadores precarizados (de aplicativos) devem ter assegurado um seguro social para sua sobrevivência neste período de crise.
Não se pode deixar ao arbítrio exclusivo dos patrões decidir que seus empregados arrisquem a vida, a de seus familiares e da sociedade.
Caso o governo não estabeleça de imediato a quarentena, obrigatória diante do estado de emergência que se impõe, as centrais sindicais deverão analisar a convocação de uma greve geral pela vida dos trabalhadores.
Viva a vida!
SOS BRASIL SOBERANO


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SEQUESTRO DAS NAÇÕES PELO CAPITAL

Foto de Aly Song/Reuters O jornalista Andy Robinson, em seu livro “Um repórter na montanha mágica” (Editora Apicuri, 2015), revela de que forma os integrantes do exclusivo clube dos ricos de verdade comandam a política universal, a partir da gelada Davos, e patrocinam a destruição de nações inteiras para alcançar seus objetivos econômicos particulares. Muito antes que alguns cientistas sociais cunhassem a expressão “tropa de choque dos banqueiros”, ao se referirem ao grupo considerado como classe média, Robinson desvendou como aqueles menos de um por cento da população universal manipulam sem qualquer piedade os outros noventa e nove por cento, inclusive promovendo ações sociais de suposta bondade, que contribuem para aumentar e perpetuar a miséria entre os povos. Ao falar sobre as mencionadas ações caritativas, patrocinadas por bilionários como Bill Gates e o roqueiro Bono da banda U2, Slavoj Zizek rotulou seus realizadores   de “comunistas liberais”, que manipulam org...

Superação do fascismo no Brasil

A nau dos loucos de H. Bosch Por Jorge Folena   Infelizmente, as instituições têm normalizado o fascismo no Brasil. E foi na esteira dessa normalização do que deveria ser inaceitável que, na semana passada circulou nas redes sociais (em 02/07/2024) um vídeo de treinamento de policiais militares de Minas Gerais, em que eles corriam pelas ruas cantando o refrão “cabra safado, petista maconheiro”. [1] O fato configura um absurdo atentatório à Constituição, pelo qual todos os envolvidos (facilmente identificáveis) deveriam ter sido imediatamente afastados das suas funções, inclusive sendo determinadas prisões disciplinares, e, em seguida, sendo processados administrativa e criminalmente.  Outro caso esdrúxulo foi o de um desembargador do Paraná, que em plena sessão de julgamento, não teve qualquer escrúpulo em derramar toda a sua misoginia, ao criticar o posicionamento de uma mulher (o caso analisado no tribunal era de uma menina de 12 anos, que requereu medida protetiva contra a ...

O país ingovernável

  Por Jorge Folena   No dia 27 de julho de 1988, o ex-presidente José Sarney, com certo tom de ameaça, dirigiu-se aos constituintes, em cadeia nacional de rádio e televisão, para afirmar, ao longo de vinte e oito minutos, que o texto constitucional que estava para ser aprovado deixaria “o país ingovernável”.  Na verdade, José Sarney manifestou na ocasião os interesses mais atrasados da classe dominante brasileira, que entendia que o reconhecimento dos amplos direitos sociais inseridos na Constituição brasileira de 1988 teria um grande impacto sobre o orçamento geral da União, controlado para satisfazer apenas os interesses dos muito ricos, deixando os pobres entregues à própria sorte. É importante lembrar, por exemplo, que, antes da Constituição de 1988 não existia o sistema único de saúde com atendimento universal para todos os brasileiros.  E o presidente Sarney, com o velho e surrado argumento, afirmava que o novo texto constitucional representaria um desencorajam...