No último carnaval foi revelado um dado de violência contra as mulheres, que é tanto grave quanto assustador: elas foram violentadas (de alguma forma, física ou moralmente) a cada quatro minutos.
As mulheres são maioria na
sociedade brasileira e universal, porém, em pleno século XXI ainda lutam para
superar as diferenças que lhes são impostas pelo patrimonialismo.
Segundo dados do IBGE, na
última Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD), o maior quantitativo de
desempregados é feminino, o que tem deixado muitas mulheres limitadas ao trabalho doméstico; e, de forma
perversa, quando inseridas no mercado de trabalho, elas ganham menos que os
homens.
A realidade das mulheres é
dura. Porém, resgato duas manchetes que me encheram de alegria e esperança de
que valem a pena a luta e a resistência por um mundo melhor. 1) “Salvar a mulher, salvar o mundo”
(Diário de La Juventud, 19/11/2009); e 2) “Hoje, Mesa Redonda pelos 20 anos da Convenção dos Direitos da Criança”
(Granma, 19/11/2009).
Não precisaria escrever nenhuma
linha a mais, pois as chamadas dos periódicos resumem tudo, por si.
Entretanto, ambos os temas
exigem uma reflexão, por menor que seja, pois estão interligados por natureza.
Tendo em vista a visão
colonial que ainda prevalece na sociedade brasileira, é urgente e necessário o
debate a respeito dos grupos inferiorizados pelo patriarcalismo. Este é,
efetivamente, o caminho para que o país possa, de fato, retomar o avanço
social, paralisado no ultimo ano.
O século XXI avança mas,
contudo, continua sendo mais fácil para a sociedade combater os pobres com
políticas de criminalização, como se fossem eles a causa de nossas mazelas.
Desta forma, passa-se ao largo da verdadeira origem dos impasses que deveríamos
enfrentar.
Neste ponto, é importante registrar que a
elite brasileira sempre optou pelo subdesenvolvimento, uma vez que nunca
apostou no crescimento para todos, que se tornaria realidade se fossem
oferecidas as condições para o surgimento de uma classe trabalhadora com
capacidade de consumo para dinamizar a economia e o desenvolvimento nacional. Nesse
cenário, todos ganhariam.
Contudo, ao impedir o progresso da
sociedade, a “elite” do país (que tem no pensamento os países colonizadores)
imagina ser possível controlar a maioria da população, que, por si só, não tem
como prosperar e se desenvolver.
Quando, a partir do início do século XXI,
houve a tentativa de mudar esta lógica colonial, e se proporcionou aos
trabalhadores um aumento real de renda e foram implementadas políticas públicas
para o aumento efetivo do salário mínimo, bem como programas de distribuição de
renda, com a criação de programas públicos direcionados nesse sentido, teve
início um imenso mal estar político.
E mesmo tendo o Brasil alçado várias
posições no ranking das economias mais importantes do mundo naquele curto
período, passou-se a falar de uma crise, que foi então atribuída às políticas públicas
que, de alguma forma, propiciaram um começo de cidadania que os trabalhadores,
anteriormente, nunca tinham alcançado em suas vidas.
É
dito costumeiramente que “a infância é a esperança do mundo”. Porém, sem
condições de vida digna para as mães, as crianças nunca terão esperança de um
futuro melhor.
Por isto, sendo a mulher aquela que traz em si a capacidade
de gerar a vida, fica claro que salvar a mulher é salvar o mundo.
Comentários
Postar um comentário