Em meu último livro, “O Poder Judiciários e as ditaduras brasileiras”, formulei a seguinte indagação: “como romper com um passado autoritário, que ainda se manifesta presente?” A pergunta é direcionada aos que ainda hoje defendem comportamentos e instituições ditatoriais, mesmo após mais de trinta anos do encerramento formal do último regime de exceção no país. Digo isto porque o pensamento político-institucional da classe dirigente que nos governava até então (e que hoje reage ao governo federal, eleito democraticamente) pouco mudou e demonstra sem receio os interesses que representa. Assim percebemos o predomínio e o favorecimento de grupos econômicos, entre eles as empresas que controlam meios de comunicação social, com seus jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão, que foram conquistados durante a última ditadura. Por meio de alguns de seus prepostos, este importante segmento transmite a ideia de um país sem esperança, no qual o povo pobre, composto na sua expressiv...