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Mostrando postagens de maio, 2022

POLÍCIA TOMADA DE ÓDIO

  Por Jorge Folena   Em maio de 2021 (ou seja, há aproximadamente um ano), a Polícia comandada pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro (cujo nome ninguém sabe nem de onde surgiu, sabendo-se apenas que é aliado de Jair Bolsonaro e que este é apoiado pelas “milícias” e muitos integrantes das forças policiais) desafiou o Supremo Tribunal Federal e a Constituição brasileira, ao invadir e promover matança generalizada na comunidade pobre do Jacarezinho, na Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro.  Naquela oportunidade, morreram quase trinta pessoas, mas não houve consequências oficiais contra a violência estatal praticada com desrespeito total pela decisão do Supremo Tribunal Federal, na Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental número 635, que determinou que, durante o estado de pandemia da COVID-19 não ocorressem incursões policiais em comunidades do Estado do Rio de Janeiro. Cerca de um ano depois, em 24 de maio de 2022, uma ação policial semelhante à de 2021 matou mais de vinte

RACISMO OFICIAL ESCANCARADO

 Um jantar brasileiro.  Debret. Por Jorge Folena    Em mais uma de suas provocações despudoradas, no dia 12 de maio de 2022, véspera da data de comemoração da abolição formal da escravatura, o ocupante da cadeira presidencial manifestou, para júbilo de seu público cativo, que negro se pesa em arrobas. Não há dúvida sobre o grave delito de racismo em curso, sem esquecer tantos outros que já foram cometidos nestes quase três anos e meio de desgoverno.   Nas quase três décadas em que foi deputado federal, o comportamento público desse indivíduo sempre foi reprovável, principalmente por se contrapor aos valores e preceitos orientadores da Constituição de 1988, que estabelece como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer formas de discriminação. O atual ocupante da cadeira da presidência chegou a ela ignorando tais princípios, da mesma forma que despreza a pluralidade e a conviv

A QUEM INTERESSA MAIS UMA CONCILIAÇÃO

 Prisioneiros na Guerra de Canudos. Fotografia Flávio Barros. Acervo Museu da República.  Por Jorge Folena   Na sexta feira, dia 06 de maio de 2022, na posse da diretoria do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENGE/RJ), o advogado Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, fez importante e lúcida palestra sobre o grave problema que ronda a História do país desde a sua fundação em 1822. Trata-se do que ele denominou de “conciliação”, que tem impedido o desenvolvimento do Brasil e a formação de um autêntico projeto de nação soberana. Na verdade, apesar de definido como conciliação por grande parte da historiografia e do pensamento político brasileiro, entendo que o processo político apontado por Roberto Amaral constitui outro fenômeno e tem sido uma imposição da classe dominante, que sempre procurou impedir qualquer forma de ascensão das classes populares ou subalternas.  A classe dominante brasileira, em